O Espírito Santo segue se destacando no cenário nacional da produção de cachaça. De acordo com o Anuário da Cachaça 2025, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o estado ocupa a terceira colocação no ranking brasileiro, com 81 estabelecimentos registrados, ficando atrás apenas de Minas Gerais (501) e São Paulo (179).
Entre os municípios capixabas, São Roque do Canaã desponta como referência e mantém seu título de Capital Estadual da Cachaça, abrigando 13 produtores artesanais registrados. A cidade, localizada na Região dos Imigrantes, tem na tradição e na agricultura familiar a base de sua produção, que mescla técnicas antigas com inovações no processo de elaboração da bebida.
O anuário aponta ainda que 48,7% dos municípios do Espírito Santo possuem ao menos um produtor formalizado de cachaça, totalizando 38 cidades das 78 capixabas. Outro dado de destaque é a segunda colocação nacional em densidade cachaceira, com um estabelecimento para cada 50.644 habitantes.
Em São Roque do Canaã, o turismo rural e a produção artesanal andam lado a lado. No distrito de São Bento, por exemplo, está localizada a Cachaça Arte Suprema, iniciada em 2007 e reconhecida pela qualidade e tradição. A propriedade recebe visitantes que desejam acompanhar de perto o processo produtivo, que vai da moagem da cana à degustação da bebida.
Outro exemplo é o Alambique Caipira, onde a produção é 100% integrada: desde o cultivo da cana até a destilação e envelhecimento, tudo ocorre dentro da própria fazenda. A loja do alambique funciona em uma casa centenária de 1912, preservada como patrimônio histórico da cultura italiana, transformando o local em um espaço de memória e identidade cultural.
Além de São Roque do Canaã, municípios como Castelo e Domingos Martins também mantêm forte presença na cadeia produtiva da cachaça, com alambiques familiares que valorizam a cultura local.